segunda-feira, 14 de março de 2011

GUARDIÃO POR INSTINTO

Guardião por instinto




Origem


Rottweil é uma localidade na Alemanha e Rottweiler mais não significa do que: oriundo de Rottweil. Ainda que a custo de alguma cacofonia, fica claro que esta raça deve o seu nome a um ponto geográfico em plena Europa, mas não completamente a sua origem. Essa, mistura cães do tipo molosso, romanos, rebanhos e talhantes. Comecemos pelas tropas romanas que percorriam os vastos territórios do império. Uma das suas práticas correntes era viajarem com os seus próprios mantimentos, onde se incluía g ado vivo, guiado e guardado por cães trabalhadores, possantes, vigorosos e resistentes que se mostravam hábeis e determinados em qualquer tipo de terreno. Alguns destes cães eram do tipo molosso, cães das legiões romanas, treinados para pastorear o gado, guardar os haveres, puxar carros e zelar pela segurança da coluna militar, outros eram cães locais que cruzavam o caminho das milícias. Uma das habituais rotas era a de Württemberg que atravessava a pequena vila de Rottweil, conhecida pelo seu mercado. O cruzam ento entre os cães locais com os que estavam de passagem ou mesmo a fixação de alguns destes cães naquela localidade deu origem a um grupo de cães robustos e trabalhadores, com particular destreza e habilidade para o pastoreio de qualquer tipo de gado. Razão pela qual são ainda hoje conhecidos como uma das mais antigas raças de pastoreio. Eram igualmente fortes e resistentes, pelo que não tardaram a ser usados para transportar carros de mantimentos, em particular a carne que os talhantes locais distribuíam e vendiam na região, conhecida pela produção de carne. Conta-se ainda que, durante a Idade Média, talhantes ambulantes, no trajeto que percorriam entre uma e outra povoação, guardavam o dinheiro das vendas em bolsas que prendiam ao pescoço dos seus Rottweilers, cientes de que este seria o lugar mais seguro para transportar os lucros. O apreço pela raça e o vigor da mesma sofreria um duro revés séculos mais tarde, no início do século XX, com o advento do caminhode- ferro, a mais rápida e segura forma de transportar gado. Desempregado, o Rottweiler foi esquecido e mesmo em Rottweil, sua terra natal, no ano de 1900, contava-se um único exemplar, uma cadela. Hoje, a cidade tem um memorial ao Rottweiler, uma imponente estátua onde se retrata o vigor e inteligência destes cães.


Durante as duas grandes guerras foi cão polícia, maqueiro e mensageiro


História
No percurso desta raça, comprova- -se a sabedoria popular do ditado que assegura que há males que vêm por bem. Ao contrário de outras raças, que quase se extinguiram durante os dramáticos períodos de história que acolheram as duas grandes guerras, o interesse pelo Rottweiler aumentou exponencialmente. Claro que a pujança e o temperamento protetor da raça a isso não são indiferentes. Encaixando no perfil de qualquer cão polícia, a raça foi treinada para desempenhar funções várias no decurso das duas guerras, quer como guarda, maqueiro ou mensageiro. Desde então, a salvaguarda da raça passou a estar a cargo de gente empenhada em preservá-la e melhorá- la. Em 1914 foi criado, na Alemanha, o primeiro clube canino dedicado ao Rottweiler, o Deutscher Rottweiler- Klub. Um exemplo seguido, um ano depois, pelo Süddeutscher Rottweiler- Klub e, mais tarde, por outros clubes. Finalmente, em 1921, todos os clubes se reuniram para formar uma entidade única, o Allgemeiner Deutscher Rottweiler Klub, reconhecida mundialmente como a casa mãe da raça. Dada a sua segurança e coragem, a raça mantém a versatilidade. É exímio em operações militares e civis de busca e salvamento, ganhou estatuto enquanto cão polícia, cão de guarda e cão guia para invisuais e, em caso de necessidade, basta colocá-lo à frente de um rebanho, onde será rei e senhor. O mais curioso é que cria laços afetivos com o rebanho, desde, claro está, que o gado faça aquilo que ele pretende. Nada de discutir a liderança com o pastor.


Morfologia


Um dado que interessa a todos os que pretendem adquirir um cachorro é a sua esperança média de vida. No caso do Rottweiler, como em muitas outras raças de porte grande, ela oscila entre os nove e os 12 anos. Outros números de relevo dizem respeito a tamanhos: peso, entre 50 a 58 quilos, para os machos, e entre 40 e 48, para as fêmeas. No que toca a medidas, estas ficam-se pelos 63 centímetros de altura máxima, enquanto eles podem chegar aos 69 centímetros. A raça caracteriza- se pela sua pelagem — composta por pelo e subpelo — escura com marcas de bronze, bem como pelo seu porte possante, pela força muscular que se adivinha mas onde não falta nobreza e, até, uma certa elegância, fruto da sua postura autoconfiante. No geral, é um cão poderoso e temerário. Na sua morfologia, o maior destaque vai para a cabeça, de recorte impressionante. Tal como o nariz, também os lábios desta raça são sempre pretos e mesmo as gengivas se desejam bastante escuras. E porque estamos na boca, saiba ainda que a dentição completa é de 42 dentes, que se traduzem numa dentada forte e potente. Os olhos, de grande expressividade e tamanho médio, são amendoados e de cor escura. Bem separadas ficam as orelhas, medianas, de formato triangular, colocadas no cimo da cabeça, a qual costumam ladear bem rentes ao crânio. Extremamente musculado é o pescoço, largo, onde se inicia uma vigorosa linha de tronco, direita e firme. Desde sempre, uma das características da raça é a cauda cortada. Todavia, esta prática tem vindo a ser proibida em inúmeros países. Inteira, ela é de tamanho médio e, em atitude de alerta, ela prescreve um C sobre a garupa, o que permite avaliar as suas patas traseiras, direitas e afastadas entre si, e onde o pelo, que é denso e curto em todo o corpo, tende a ser mais longo. O Rottweiler é um cão de trote. Tem passada firme e enérgica, sem prejuízo para uma evidente harmonia geral, de onde ressalta, ainda assim, uma evidência: é um cão rústico.


Temperamento
Embora, e infelizmente, tenha ganhado fama de agressivo e perigoso, segundo os standards internacionais da raça, o Rottweiler tem bom fundo, é um cão de temperamento calmo e ponderado, obediente, extremamente dedicado e um excelente trabalhador. São ainda animais firmes, corajosos, destemidos e muito seguros de si e das suas capacidades. Séculos de história na lide do pastoreio e da guarda manifestam-se na sua postura liderante e de permanente alerta. É descrito como um cão tranquilo que, ainda assim, desconfia de novas amizades. A sua forma de agir perante adversidades ou situações inesperadas é de aguardar para ver, ou seja, tende primeiro a avaliar o perigo de cada caso ao invés de fazer juízos precipitados. As suas reações tendem a ser discretas, mas assume com rigor e empenho a defesa da sua família e dos seus bens, seja uma casa ou um rebanho, seja de ladrões ou animais selvagens. Inteligente e fisicamente muito resistente, é um companheiro para todos os propósitos, essencialmente feliz quando está a trabalhar. Ou seja, os casos de agressividade que têm vindo a fazer desta raça a má da fita, devem- se menos à natureza destes cães e bastante mais à inexperiência de donos mal preparados para lidar com uma raça possante e inteligente, ao que se soma a consequente falta de treino adequado, má sociabilização, maus tratos, negligência, irresponsabilidade… Todos eles fatores que potenciam a agressividade em qualquer raça, mas que quando associados a uma raça com a força e determinação desta, podem ser fatais. Instintivamente são territoriais, protetores e não aceitam estranhos no seu seio, sendo capazes de enormes feitos e sacrifícios para salvar os seus. A reter há uma regra incontornável: a necessidade de treino de obediência e uma precoce e sistemática sociabilização para que não vejam um potencial inimigo em cada estranho. Quando bem-educado, o Rottweiler é um cão adorável, dedicado aos donos, colaborador, companheiro e divertido. A par do Pitt- Bull, esta raça é uma das mais associadas a ataques fatais a humanos. Uma má publicidade que fez com que a legislação de alguns países os catalogasse como cães perigosos, como é o caso de Portugal, Holanda, Polónia e Irlanda. Todavia, são igualmente incríveis os seus atos de heroísmo. Para muitos pastores, são os melhores cães do mundo, especialmente para liderarem e conduzirem gado teimoso e desobediente, que, por norma, ignora as ordens de outras raças conhecidas pelas suas habilidades de pastoreio, caso do Border Collie.


Prós e Contras


Devido ao pelo curto e liso, a manutenção resume-se a escovagens mais frequentes apenas durante a muda de pelo. Em países mais temperados, há cães sem o habitual subpelo, o que facilita a boa higiene da pelagem e da pele. Segundo alguns pareceres, a raça mostra-se mais suscetível à parvovirose, mas nada há a recear se for respeitado o plano de vacinação normal e regular. À parte a displasia da anca, mais frequente em raças grandes, o Rottweiler é um cão saudável, forte e muito resistente. O maior problema reside nos donos, pois cabe-lhes assegurar um regime alimentar adequado e bastante exercício físico. Sem eles, a raça tende à obesidade, a qual é um fator de risco adicional. Treino, mão firme e uma boa sociabilização desde tenra idade, não são apenas uma sugestão e antes uma obrigação de todos os fãs da raça.


FONTE DE PESQUISA :www.instinto.pt

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