quinta-feira, 31 de março de 2011

EPILEPSIA EM ANIMAIS

O que é?

Define-se convulsão como uma atividade anormal do cérebro, desencadeada por um grupo de neurônios com descargas elétricas alteradas, denominado foco.

Em geral, estão presentes sintomas como perda ou alteração de consciência e movimentos ou alterações musculares envolvendo todo o corpo ou somente parte dele.

As convulsões são classificadas de acordo com sua apresentação. As convulsões leves, podem apresentar um quadro em que o animal apenas parece ter ‘perdido a concentração’ e podem evoluir para aparentes desmaios, distúrbios de comportamento com alucinações repetidas (caçar moscas, lamber o chão, correr atrás do rabo) até aquelas de grande atividade muscular, quando o animal cai no chão e se debate violentamente. Este último tipo é chamado de convulsão generalizada e é a mais comum em cães e gatos, talvez até por sua fácil identificação. O número de cães afetados é, estatisticamente superior ao de gatos.

Chamamos de Epilepsia o quadro clínico caracterizado pela repetição freqüente dos episódios de convulsão.

Causas
Qualquer distúrbio que acometa o cérebro pode causar convulsão, tendo como causas mais comuns anomalias de nascença (congênitas) como a hidrocefalia; ou ser causadas por fatores adquiridos, como traumatismos cranianos (como quedas ou atropelamentos), intoxicações, presença de tumor no cérebro. Quando não há uma causa evidente, a convulsão é chamada de idiopática.

A avaliação da causa das convulsões baseia-se principalmente na idade do animal, no histórico e nos relatos do proprietário.
Informações como possíveis traumas cranianos a poucas horas ou a meses atrás, presença de substâncias tóxicas no local ou proximidades, uso de inseticidas como mata-baratas, idade do animal na ocasião da primeira crise convulsiva, intervalos entre eles e a presença de convulsões em outros membros da família do animal, são informações vitais para estabelecimento de um quadro preciso por parte do veterinário. Além disso, as convulsão idiopática genética, é transmitida de forma hereditária devendo-se dessa forma evitar o acasalamento de animais que apresentem este quadro.
É extremamente indicada a castração dos animais epilépticos idiopáticos, especialmente as fêmeas que, na época do cio, devido às alterações hormonais, apresentam maiores chances de convulsionar.
Raças como Beagle, Teckel, Pastor Alemão e Pastor Belga são as que apresentam a maior predisposição para desenvolver o problema.

Tratamento

O tratamento com medicações anti-convulsionantes só é indicado para animais que apresentam convulsões freqüentes, ou seja, pelo menos uma vez por mês, uma vez que esse tipo de medicamento é metabolizado, em grande parte, pelo fígado e como os tratamentos são bastante longos (às vezes por toda a vida do animal), podem vir a causar lesões hepáticas’.
O tratamento envolve grande dedicação do proprietário, que precisa ter em mente que o sucesso do tratamento se baseia na redução da freqüência, gravidade e duração das convulsões que raramente são abolidas definitivamente.
A medicação precisa ser administrada regularmente sem interrupção.

Como cada animal reage de forma individualizada aos medicamentos anti-convulsionantes, é comum que seja necessário um período ‘de experiência’, para que o veterinário chegue à dosagem exata para aquele indivíduo em particular. Durante este período, podem acontecer estados de excitação ou prostração, que necessitam de observação.


Primeiros Socorros

Durante uma convulsão, é necessário que o proprietário tente proteger o cão para que ele não se machuque, batendo em objetos ou caindo de lugares altos, como escadas, por exemplo.
Procure acomodá-lo tão confortável quanto possível e deixe o ambiente tranqüilo e com pouca luz.

Certifique-se de que a língua não está obstruindo a passagem de ar do ar pela laringe, mas tenha cuidado para que ele não morda-o por acidente.

É importante lembrar que durante a crise o cão perde, temporariamente, a consciência o que pode levar ao não-reconhecimento do dono e de pessoas familiares.

Quando o cão estiver ‘voltando’ ao seu estado normal, é recomendável que o proprietário fale com ele, para que o cão, ao reconhecê-lo, tranqüilize-se mais rapidamente.

Para mais informação sobre Epilepsia, consulte: Projeto genoma canino

Colaboração da Médica Veterinária, Dra. Audrey Haag

procao@ig.com.

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